Sinopse - “O que é um homem sem memória? Um homem que não se reconhece mais em nenhum tempo, nenhum lugar, nenhum rosto?” Daniel é médico neuropsiquiatra e começa a tratar de Ervin de Apolinário, professor aposentado que apresenta uma doença degenerativa. Tudo estaria dentro da rotina do consultório, não fosse a doença de Alzheimer reavivar na memória de Daniel antigas dores, misturadas à paixão obcecada por Natasha, filha do paciente, provocando a desestruturação de seu casamento e a culpa por transpor seus limites éticos. Ausência é um romance que coloca ao leitor uma questão perturbadora: o que acontece quando a mente começa a apagar as lembranças que constituem a própria biografia? O desenvolvimento do Alzheimer e o dilema de Daniel são o fio condutor dessa trama permeada por relações complexas e questionamentos existenciais que levam a refletir sobre o dinamismo inesperado da vida.
Minha opinião - O livro gira em torno de Ervin de Apolinário, um consagrado nome na comunidade literária, é um professor maravilhoso, que dedicou toda a sua vida à licenciatura. Ervin tem mais de 70 anos, então inicialmente os seus "esquecimentos" são vistos como algo normal da idade, pois todos acreditam que é normal esquecer uma ou outra coisa quando se tem certa idade. O problema é que essa situação vai se agravando, e o médico da família indica um médico especializado, o Dr. Daniel. No convívio com Ervin, temos a sua esposa Margarida e a sua filha Natasha. Margarida a primeira vista parece ser uma mulher amargurada, até mesmo malvada, mas ao desenrolar da história é possível entender o seu jeito, pois tem mágoas profundas diante de alguns acontecimentos do passado. Como é dito na sinopse, Ervin é diagnosticado com Alzheimer, e passamos a conviver com as limitações que a doença impõe ao paciente e a família.
Se por um lado, a família sofre e muito, com a doença, o não reconhecimento, as crises, até mesmo as explosões agressivas, por outro, o paciente perde a sua memória, chegando a nem mesmo reconhecer um simples utensílio, como um garfo ou uma xícara. Para mim, isso é totalmente assustador.
Durante o desenvolver da doença, temos a perspectiva também do Dr. Daniel, que fica receoso em atender Ervin por ter um trauma pessoal de infância envolvendo a doença de Alzheimer. O problema é que ele se encanta pela Natasha, filha do Ervin, uma psicóloga divorciada que tem os seus próprios traumas nos relacionamentos.Além do problema ético, Daniel é casado. "Ausência" está relacionado com a doença de Alzheimer, mas também pela "ausência" de Daniel no seu casamento. Antes mesmo de se tornar médico do Ervin, fica visível que Dr. Daniel é o provedor financeiro da família, mas está sempre ausente, atendendo e dedicando-se aos seus pacientes até tarde da noite, e ao chegar em casa, ignora as necessidades da esposa de conversar e dividir o seu dia. Se por um lado, ele tem uma profissão que exige muito, por outro, não é fácil para a sua esposa Milene, passar o dia se dedicando as necessidades de seus dois filhos, deixando tudo em ordem e não ter a atenção do marido. Milene é uma personagem que se torna um pouco chata no decorrer do livro por só ficar reclamando, mas dá para entender os motivos das reclamações. Natasha, ao descobrir sobre a doença do pai, torna-se um pouco fragilizada, ou melhor, "atordoada" com essa notícia. Como uma pessoa que tem tanto conhecimento, passa a não reconhecer nada e a se tornar tão agressivo de repente? É nesse ponto que ela começa a se apoiar no Dr. Daniel, e ele começa a corresponder (apesar de que logo que ele a vê pela primeira vez, já se interessa por ela), e começa a mentir para a sua família e para si mesmo.
O livro é gostoso de ler, a leitura flui muito bem, a diagramação é bem feita, eu acho que encontrei apenas uns dois errinhos bobos, nada que atrapalhasse a leitura. O único "problema" foi em relação a alguns diálogos que ficaram meio surreais. É difícil imaginar uma conversa do dia a dia com tanta filosofia envolvida, mas as falas se encaixaram bem no contexto da história.
O livro é recomendado para aqueles que gostam de refletir sobre a condição humana, e sobre aquilo que foge ao nosso controle. A história do Ervin é muito bonita, tocante, e ao mesmo tempo triste.
"A Doença de Alzheimer é uma experiência devastadora.
Para o doente, a perda gradual da memória é o apagar do mais essencial que possuímos, do que nos define e nos diferencia, daquilo que faz de cada um de nós, humanos: nossa identidade.
Para o familiar, é a dor de um luto prologado, pois, embora esteja vivo, aquele à nossa frente vai, pouco a pouco, deixando de ser quem um dia conhecemos e amamos.
Mas, a doença também pode ser uma experiência transformadora, um aprendizado diário de novas formas de relacionamento, a descoberta de outros meios de comunicação possíveis que independem da fala, do raciocínio, da razão: o olhar, o toque, o afeto....". (prefácio)
Resultado do sorteio Resenha Premiada:
1-Marcilene
2-Mary
3-Rogério
4-Fábrica de Convites
5-Jack Moura
Um e-mail foi enviado ao ganhador solicitado os dados de postagem!
Beijos!
A principio este livro não me chamou atenção, mas ao ler a resenha comecei a mudar de idéia. Não é meu estilo preferido de leitura, mas estou propensa a experimentar! Quem sabe me surpreendo!
ResponderExcluirBjssssssssssss
Marcilene Tometichi
marcitometichi@gmail.com
Eita q esse livro ta q ta uma polemica pura....
ResponderExcluirUm medico se envolver com a filha de um paciência já não é muito certo, ainda mais quando esse medico em questão é CASADO! o_O
Tenho duas amigas que infelizmente tem pais com Alzheimer, é uma doença realmente triste. O pai de uma dessas minhas amigas amava ler, mas por conta da doença não esta mais conseguindo pois não consegue se concentrar. :(
Não gosto nem de imaginar isso acontecendo com alguem q eu ame.
seguidor: Mariana Diaz
miss_remix4@hotmail.com
Nossa o livro parece fantástico, fiquei muito curioso para ler sobre o tema que é muito interessante.
ResponderExcluirVi um filme com essa temática que me chamou bastante atenção e inclusive falava de estudos que estão sendo feitos para dectar aqueles que tem mais chances de desenvolver a doença e as linhas de cuidados que podem ser seguidos tanto para dar um conforto aqueles que já possuem a doença, quanto para quem sabe encontrar uma cura.
Seguidor:Rogerio
rogerio_nascimento_66@yahoo.com.br
Eu já tinha lido algumas poucas resenhas deste livro, e o que mais me chamou atenção nele foi justamente o fato de falar da Doença de Alzheimer.
ResponderExcluirBjs, Rose.
Seguidor: Fábrica dos convites
fabricadosconvites@hotmail.com
realmente historias envolvendo Alzheimer sao sempre tocantes e, sinceramente, me deixam com medo de vir um dia a ter essa doença ou alguem q eu ame venha te-la... desde q eu li Diario de uma paixao ( que eu amo ) sempre fico com medo de algum dia vir a esquecer toda a minha vida... essa doença é assustadora!! realmente imagino o drama q toda a familia desse senhor passou e entendo o qnto a esposa dele possa ter ficado cansada e estressada, pois era ela q conhecia ele e cuidava dele ne!?
ResponderExcluiroq nao gostei foi saber q envolve traiçao na historia :/ detesto isso... o cara alem de ser um marido ausente ainda traiu a mulher?? isso nao é legal!! mas se ele nao fosse casado, nao entendo pq ele n poderia se envolver com a filha do paciente u.u deixa o povo viver o amor q quiser
enfim, gostei da resenha, gostei da historia!! acho q esta sim entre minhas futuras leituras :P
beijos
seguidor: Jack Moura
jackmb10@hotmail.com